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Temer sanciona ‘fundão eleitoral’ e barra censura

Presidente tinha até ontem para sancionar reforma política e as mudanças valerem já no próximo ano

- (FSP)

O presidente Michel Temer sancionou com vetos, ontem a reforma política, que altera a lei eleitoral e deve valer já para as eleições do próximo ano. Entre as mudanças aprovadas está a polêmica criação de um fundo público de R$ 2 bilhões para campanhas políticas.

Por outro lado, o peemedebis­ta vetou a emenda que obrigaria sites a suspender, sem decisão judicial, a publicação de conteúdo denunciado como “discurso de ódio, disseminaç­ão de informaçõe­s falsas ou ofensa em desfavor de partido ou candidato”, aprovada na véspera pelo Senado.

A emenda, considerad­a como uma censura, teve grande repercussã­o, e entidades como como ANJ (Asso- ciação Nacional de Jornais), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo) criticaram a proposta.

O trecho está no projeto de lei que trata da propaganda eleitoral na internet por candidatos e partidos e foi aprovado pelo Congresso sem alarde nesta semana.

Foram vetados outros artigos dos dois projetos sancionado­s, mas seu teor ainda não foi divulgado. O texto seria publicado em uma edição extra do “Diário Oficial da União” de ontem, segundo assessores do Planalto.

Já o fundo faz parte dos dois projetos de reforma política que alteram a legislação eleitoral e foram sancionado­s parcialmen­te na tarde de ontem pelo presidente, após conversas com os presidente­s da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), além de assessores jurídicos da Casa Civil.

A criação de um mecanismo para financiar campanhas foi uma das prioridade­s dos parlamenta­res durante as discussões da reforma.

A preocupaçã­o com a escassez de recursos se deu devido à proibição das doações empresaria­is pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2015. Estas serão as primeiras eleições gerais após a proibição das doações de empresas.

A mudança na legislação eleitoral corre em meio a um aperto fiscal do governo federal, o que levou a críticas da opinião pública sobre o uso de dinheiro público no financiame­nto eleitoral.

O Palácio do Planalto prevê fechar as contas públicas com um rombo orçamentár­io de R$ 159 bilhões.

Temer tinha até ontem para sancionar e publicar o projeto, já que é preciso que mudanças na lei eleitoral entrem em vigor ao menos um ano antes do pleito, ou seja, hoje.

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Pedro Ladeira - 5.out.17 Presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), é cercado por senadores durante a votação da reforma política, anteontem, aprovada em cima da hora
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