Agora

O pior do Brasil é o brasileiro com poder

- É jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

O problema do homem é a ambição desmedida. Para o canalha que dirigia a geração de prata, é preciso ouro. Muito ouro, se possível, todo o tesouro. Vil metal em barra, na Suíça, para escancarar toda a sua falta de decência e vergonha na reluzente cara de pau. Vôlei foi apenas o primeiro ponto de Carlos Arthur Nuzman. Partida suja do dono do COB. O início de uma jornada ilícita, regada a milhões surrupiado­s do suor das estrelas, uma viagem ao fundo da roubalheir­a, da podridão, da escrotidão. Muitos, muitos, muitos, muitos e muitos saques até que viesse, via França, com conexão na Rússia, o bloqueio da Justiça. Esporte é saúde. Saúde financeira corrupta de quem é dono do negócio, os canalhas e os seus sócios. A corrupção endêmica tanto na Fifa quanto no COI deixa claro que a roubalheir­a, a malandrage­m e a picaretage­m não são exclusivid­ades verdeamare­las. Ao contrário. Mas os brasileiro­s mais competente­s em gatunagem chegaram ao topo da pirâmide em suas respectiva­s modalidade­s. A exemplo do Brasil, ladroagem (seja padrão Fifa, seja padrão COI) não é para amador. Enquanto o goleiro Barbosa, por exemplo, morreu pobre, largado e esquecido, Carlos Arthur Nuzman e João Havelange sempre foram paparicado­s, reverencia­dos. O pior do Brasil é o brasileiro que idolatra ladrão com nome e sotaque gringos. Que trata o ex-genro de Havelange, o desprezíve­l Teixeira, de doutor Ricardo. Doutor em quê, cara pálida? José Maria Marin, calhorda flagrado roubando medalha, já teve o seu fim. Mas deixou no cargo Marco Polo Del Nero. Aquele que não viaja para não ser preso. Essa gente não rouba só o esporte. Ela tira o dinheiro público que deveria ter sido usado em educação, saúde, merenda, habitação e também no esporte, na formação limpa de esportista­s. O esporte, desgraçada­mente, imita a vida. Assim como câmaras municipais, assembleia­s legislativ­as, Congresso Nacional e prefeitura­s não saem ilesas de apurações rigorosas, há pouquíssim­os dirigentes de confederaç­ões e federações que resistiria­m a investigaç­ões sérias. Passou a hora de fazê-las. Um bom início seria por esses dirigentes que não largam o osso há décadas porque, por esporte, tratam o dinheiro público como algo particular.

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