Nos EUA, 30% dos adultos têm armas
Polarização sobre o tema aumentou na última década e só perde para o muro na fronteira mexicana
Estudo mostrou que 30% da população adulta dos Estados Unidos têm arma em casa. Deste grupo, 29% têm cinco ou mais armas e 67% destes entrevistados dizem tê-las para proteção. A pesquisa, do Pew Research Center, foi publicada em junho.
Depois do maior ataque a tiros da história dos EUA, na noite do último domingo, em Las Vegas, onde morreram 59 pessoas e mais de 500 ficaram feridas, a parcela armada da população contesta o clamor imediato por mais rigor à venda de armas.
Neste grupo, apenas 29% dizem que leis mais restritas contribuiriam para reduzir o número de ataques em massa. A maioria (53%) afirma que não faria diferença. Entre os que não possuem armas, 56% acreditam que mais limitações ao comércio de armamentos significariam menos mortes.
A divisão no país sobre o tema é ainda mais profunda no recorte partidário. Enquanto 76% dos americanos que se identificam como republicanos consideram mais importante proteger o direto ao porte de armas do que limitar o acesso a elas, do lado democrata apenas 22% concordam com isso.
A diferença (54 pontos percentuais) subiu na última década. Em 2008, 47% dos republicanos e 30% dos democratas concordavam sobre maior necessidade de proteger os direitos a ter armas.
Hoje, o tema só perde em polarização para a proposta do presidente Donald Trump de construção de um muro na fronteira com o México.
Uma maior divisão foi vista depois de ataques como o da escola primária Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, que matou 26 (sendo 20 crianças) em 2012, e na boate gay Pulse, em Orlando, onde 49 morreram em 2016.
Após as duas chacinas, parlamentares democratas tentaram passar projetos de lei com maior controle para a venda de armas, sem sucesso. Do outro lado, o lobby de armas reforçou a atuação no Congresso.