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Brasileiro se vira na crise para fugir do desemprego

Dados do emprego melhoram, mas é porque trabalhado­r está indo para o mercado informal

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Sem perspectiv­as de ter carteira assinada, os brasileiro­s estão se virando para fugir do desemprego e conseguir uma fonte de renda. Atualmente, de cada dez novas vagas geradas no país sete são informais.

De acordo com Cimar Azeredo, do IBGE, o mercado informal tem dois perfis de trabalhado­res: os por conta própria e os empregados sem carteira assinada.

O trabalho por conta foi a alternativ­a encontrada por Paulo Fernando, 44 anos, ao ser demitido de uma empresa de segurança, há cerca de oito meses. Ele resolveu montar uma barraca de acarajés na porta de sua casa, na zona norte da capital. Formado em pedagogia e história, Fernando veio da Bahia para São Paulo com a mulher, a manicure Renata Araújo Santana, 33 anos, e fez vários bicos antes de trabalhar como segurança.

Depois da demissão, apelou para a criativida­de: criou uma máquina de afiar alicates de unha, mas não deu certo. Foi quanto veio a ideia de vender os elogiados acarajés de Renata. Para ampliar as vendas, ele confeccion­ou bonés, camisetas e até banners para o “Acarajé da Mazzei”. Além disso, fez um cur- so de boas práticas de alimentaçã­o no Sebrae.

O também nordestino Adailton Santos, 23 anos, veio de Penedo (AL) há dois meses para tentar melhores condições de vida na capital. Hoje, é vendedor ambulante na região central. Na cidade alagoana, ele trabalhava na roça e ganhava R$ 40 por dia. Aqui, não conseguiu trabalho formal e passou a vender frutas na rua.

Ele diz que está conseguind­o se manter dessa forma e não pensa em ter carteira assinada.

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Rubens Cavallari/Folhapress Paulo Fernando, 44 anos, monta sua barraca de acarajé, na zona norte da capital; demissão o obrigou a abrir o próprio negócio em frente de sua casa

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