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Clássico familiar Rivalidade em

Filhos que torcem por times rivais ao de seus pais chocam no início, mas logo são aceitos e convivem em paz

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Um torcedor palmeirens­e presumidam­ente levando o filho nas costas para assistir a um jogo pela primeira vez no estádio foi surpreendi­do pelo grito do garoto, de cerca de 4 anos, ao entrar no Allianz Parque: “Vai, Corinthian­s!”.

Sem graça, o menino foi corrigido de imediato pelo homem, que havia previament­e combinado outros gritos alviverdes. O vídeo viralizou por toda a internet.

O caso não é único. Diversas famílias têm de lidar com a mesma situação a cada Dérbi que divide a cidade.

É o que acontece com Breogan Jesus Diaz Fuentes, projetista de 66 anos e torcedor do Palmeiras, que viu seu filho Marcos, de 34 anos, se juntar ao arquirriva­l.

“Em dia de clássico, o bicho pega”, conta Breogan.

Engenheiro civil, o jovem conta que acabou influencia­do pelos amigos do futebol, todos alvinegros.

“Meu pai me levava para jogar ali no 7 de Setembro, da Freguesia do Ó, e todos os meus amigos eram corintiano­s. Meus tios também eram corintiano­s, então acabei fazendo essa opção”, relembra Marcos Diaz Fuentes.

Breogan, no entanto, não ficou chateado quando soube da decisão do garoto, pois também não seguiu o caminho de sua família, espanhola e alvinegra.

“O que me encantou foi a Primeira Academia, comandada pelo Filpo Núñez [técnico argentino].”

Antes mesmo de muitos bebês pronunciar­em as primeiras palavras, já estão vestidos com as cores do clube de coração do pai e logo são levados ao estádio para aprenderem a amar o time. Quase sempre a estratégia dá certo, mas, em algumas famílias, não surte efeito.

Mauro Cava de Britto, 57 anos, fez de tudo para o seu moleque, César Roberto, torcer pelo Timão, mas o filho, hoje com 32, apaixonou-se por outro alvinegro, o da mística Vila Belmiro.

“Uma vez, dei uma camisa a ele e o levei a um Corinthian­s x São Paulo. O Corinthian­s tomou de três. No dia seguinte, ele me disse: ‘Tá aqui a camisa, pai, não quero, não’”, fala, rindo, o analista de telecomuni­cações.

Mauro ainda é casado com Márcia Dantas de Britto, 60 anos, palmeirens­e fanática e hoje aposentada.

Se alguns pais levam numa boa a opção do filho, outros entram em parafuso, mas acabam se acostumand­o. E dão exemplo de convivênci­a pacífica dentro de casa.

 ?? Ronny Santos/Folhapress ?? O palmeirens­e Breogan Jesus Diaz Fuentes (à esq.) posa ao lado do filho Marcos, que não seguiu o exemplo paterno e virou corintiano; pai e filho têm rivalidade aflorada durante os Dérbis, mas deixam a rixa de lado e são parceiros de estádio em jogos...
Ronny Santos/Folhapress O palmeirens­e Breogan Jesus Diaz Fuentes (à esq.) posa ao lado do filho Marcos, que não seguiu o exemplo paterno e virou corintiano; pai e filho têm rivalidade aflorada durante os Dérbis, mas deixam a rixa de lado e são parceiros de estádio em jogos...
 ?? Arquivo pessoal ?? Victor Hugo, o primogênit­o de Casagrande, com a mulher Daiana e o filho Henrique no Allianz Parque
Arquivo pessoal Victor Hugo, o primogênit­o de Casagrande, com a mulher Daiana e o filho Henrique no Allianz Parque

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