Mendes defende o fundo eleitoral
Para o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, a criação do fundo público eleitoral foi um dos acertos da reforma política aprovada pelo Congresso na semana passada.
Na semana passada, o Congresso aprovou a criação de um fundo de aproximadamente R$ 2 bilhões.
“O pior dos mundos seria não ter o financiamento público. Considerando os prós e contras, creio que houve avanço com essa medida.”
Em debate em São Paulo, na manhã de ontem sobre a reforma, o ministrou afirmou que o fundo público tornouse inevitável no cenário atual, em que as doações empresariais para partidos e políticos estão proibidas.
O ministro também elogiou outras duas medidas aprovadas: o fim das coligações e o estabelecimento da cláusula de barreira.
O debate ocorreu no IDP -Instituto de Direito Público de São Paulo, do qual o ministro é sócio. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), também eram esperados, mas cancelaram participação por conflito de agenda.
Foram substituídos, respectivamente, pelo deputado federal Evandro Gussi (PV) e pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
Cunha Lima concordou com o ministro em relação às coligações e à cláusula de desempenho. “O Brasil não pode continuar convivendo com essa quantidade de partidos políticos que temos. É uma falência de nosso modelo”, disse o tucano.
Tomates
Mendes foi recebido com protesto no IDP. Antes do início do evento, um grupo de cerca de dez pessoas jogou tomates na portaria do local, e vários carros também foram atingidos.
Os manifestantes reclamavam que Mendes concedeu liberdade a presos pela Lava Jato. O ministro disse que não viu o protesto, mas que o considera “absolutamente normal”.