Trump impõe exigências a acordo nuclear com o Irã
Presidente dos EUA pede que Congresso decida sobre retomar ou não as sanções que estão suspensas
Após uma batalha dentro do governo para definir o futuro do acordo sobre o programa nuclear do Irã, o presidente Donald Trump anunciou ontem que não reconhecerá o cumprimento dos compromissos por Teerã, jogando para o Congresso a responsabilidade de manter vivo o acordo.
O que Trump quer é que os parlamentares aprovem mudanças no ato de revisão do acordo, estabelecendo novas exigências ao Irã, cujo descumprimento seria um “gatilho” para a retomada imediata das sanções.
“No caso de não sermos capazes de alcançar uma solução com o Congresso e nossos aliados, então o acordo será extinto”, disse Trump em pronunciamento na Casa Branca nesta sexta.
Segundo o presidente, o regime iraniano cometeu “múltiplas violações” do acordo assinado em 2015 entre Teerã e o grupo de países conhecido como P5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), citando que o país teria, por exemplo, “intimidado” inspetores internacionais a fazerem uma vistoria menos abrangente do exigido.
No último mês, contudo, o comandante do EstadoMaior das Forças Armadas, o general Joseph Dunford, havia dito que o Irã estava cumprindo sua parte no acordo, enquanto os secretários de Estado, Rex Tillerson, e de Defesa, Jim Mattis, de- fendiam que os limites estabelecidos pelo acordo são de interesse da segurança nacional dos EUA.
As pressões interna e externa contribuíram para que Trump não tomasse uma decisão mais extrema contra o que chamou de “pior e mais desequilibrada transação da qual os EUA já fizeram parte”, disse o americano.
Agora, o Congresso tem três opções: não fazer nada —o que Trump já anunciou que fará com que ele aja de forma unilateral—, retomar as sanções ou tentar aprovar as novas exigências.