#VamoTimê!
Quem foi ao estádio nos últimos tempos certamente já viu a cena. Assim que é apitado um pênalti, uma falta perigosa ou até um escanteio, centenas de telefones celulares são erguidos.
Para o batalhão de cinegrafistas amadores, comemorar genuinamente o possível gol é o que menos importa. Interessante mesmo é registrar a celebração e publicá-la em 18 redes sociais.
Ainda há aqueles que resistem. Não é recomendável, por exemplo, sacar o aparelho nesse tipo de situação no setor norte do estádio de Itaquera, a não ser que a ideia seja ouvir reprimendas do tipo: “Guarda essa m... e não grita gol antes, c...!”.
Mesmo l á, porém, aquela que é uma das pragas da modernidade acaba se manifestando. Na arena do Corinthians e em qualquer outra, são extremamente comuns os momentos em que o sujeito dá as costas para o campo e tira fotos de si mesmo —mostrando ao mundo virtual ser um fanático. #fé #vamosvirar #meuXVminhavida.
Não raro, ocorre de o nosso #torcedor —no momento da publicação das imagens ou na hora em que checa, vaidoso, os respectivos comentários— perder um lance importante ou mesmo um gol de seu time. Nesse caso, a lamentação não é propriamente ligada ao fato de uma experiência intensa não ter sido vivida.
Eis a questão: de que adianta estar no jogo se não é possível exibir isso para o abominável mundo das redes? #cháti O jeito, então, é fazer um caprichado autorretrato com o placar ao fundo.
Seria, provavelmente, bem mais pulsante o estádio que proibisse celulares e máquinas fotográficas. Haveria, porém, especialmente com os preços cobrados atualmente, o risco de as arquibancadas estarem vazias.