Agora

Aécio precisa se explicar

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A história do afastament­o do senador Aécio Neves (PSDB-MG) quase acabou virando uma briga entre o Supremo Tribunal Federal e o Senado.

Primeiro, o STF aplicou, por conta própria, punições ao tucano. Isso, para muita gente, era avançar o sinal.

Depois de muita chiadeira dos políticos, os ministros da corte resolveram, por 6 votos a 5, que as medidas dependiam da concordânc­ia do Senado.

No meio desse bafafá, muita gente deixou de lado o que Aécio Neves fez de fato.

Só para lembrar: pediu R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS, para, diz ele, pagar advogados.

A grana foi dada em dinheiro vivo, o que já tem cheiro de coisa errada. Se era uma transação normal, por que não fazer tudo por transferên­cia entre contas no banco?

Pior ainda, quem foi pegar a bolada foi um parente do senador, com um assessor da JBS.

Enfim, tudo mostrando que eles queriam disfarçar a operação toda.

O Supremo pode ter errado a mão ao afastar Aécio Neves, que ainda nem é réu, mas que ele precisa explicar direito esse rolo, precisa.

No Senado, muitos vão querer derrubar a punição. Dá para apostar que o objetivo é só livrar a cara do colega. Além do mais, o que não falta por ali é gente com problemas na Justiça.

Mas, já que a bola agora está com os senadores, o mínimo que eles precisam fazer é abrir logo um processo no Conselho de Ética.

Aí, o tucano vai ter de dar satisfaçõe­s ao país todo, ao vivo, respondend­o a todas as perguntas. Isso é algo que ele e o Senado estão devendo.

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