Tráfico tortura dupla suspeita de matar meninas em favela
Um tem antecedente por estupro e outro é vizinho de uma das crianças. PM resgatou os dois agredidos
Traficantes da favela do Jardim Lapena, em São Miguel Paulista (zona leste), torturaram dois homens apontados como responsáveis pela morte de duas meninas de três anos na região, segundo a polícia. A PM resgatou os agredidos ontem.
Adrielly Mel Severo Porto e Beatriz Moreira dos Santos, vizinhas, desapareceram no dia 24 de setembro. Seus corpos foram achados, em decomposição, na última quinta-feira, dentro de um Fiat Fiorino, a 150 m de suas casas, na própria favela.
A polícia afirmou ontem que iria investigar a eventual participação dos dois agredidos na morte. Ao mesmo tempo, ainda não tratava os dois como suspeitos.
Um dos agredidos tem passagem por estupro. O outro é vizinho de uma das crianças. Segundo a polícia, este disse que conhecia as duas meninas e que, inclusive, a mãe de uma delas já tinha ido com a garota fazer uma visita à casa dele.
A polícia afirmou que o tribunal do crime foi formado pelos traficantes após surgir um boato, na comunidade, de que dois homens que moram no local foram os responsáveis não só pelo assassinato, mas também pelo estupro das duas garotas.
A polícia afirma que não há confirmação de que houve violência contra as garotas e que aguarda laudos não só para comprovação dessa situação como também para a identificação das vítimas. A polícia trabalha, inclusive, com a hipótese de acidente —as meninas podem ter se trancado dentro do carro e não conseguido sair.
Os dois homens agredidos contaram na delegacia que foram levados por traficantes a um barraco anteontem. Eles falaram que apanharam porque os criminosos queriam que confessassem a participação nas mortes.
Após uma denúncia anônima, policiais militares foram até o local e encontraram os dois homens amarrados e feridos. Nenhum suspeito das agressões foi preso.
Resposta
De acordo com a polícia, os dois homens agredidos negaram envolvimento no crime. A dupla foi levada para o hospital e, depois, para o 62º DP (Ermelino Matarazzo), onde fizeram um boletim de agressão. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos dois.