Agressões a motoristas de ônibus crescem na capital
De janeiro a agosto deste ano, foram registrados 128 casos, contra 92 no mesmo período de 2016
As agressões a motoristas e cobradores de ônibus da capital aumentaram 39% neste ano em comparação ao ano passado. Segundo o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), houve 128 agressões entre janeiro e agosto de 2017 contra 92 no mesmo período de 2016.
A zona norte da capital foi a que mais teve casos de agressão neste ano. Foram 42 ocorrências contra 24 no ano passado. Já a zona oeste a que menos teve registros. Foram 23 neste ano contra 25 em 2016 (veja quadro).
Segundo diretor do Sindmotoristas Francisco Xavier, o Chiquinho, a alta nos casos de agressões neste ano é consequência da violência na cidade de São Paulo. “Esse aumento é resultado da falta de atenção do Estado na questão da segurança pública. Claro que a PM faz o papel dela, mas defendo a criação de uma delegacia especializada em crimes no transporte coletivo”, disse.
Chiquinho disse que as agressões acontecem principalmente à noite ou de madrugada, e a maioria dos casos é de ataques de vândalos que atiram pedras ou incendiam os veículos. O caso mais recente ocorreu na semana passada, na Penha (zona leste da capital), e o motorista teve 44% do corpo queimado (leia texto abaixo).
“As pessoas acham que tudo que acontece na cidade pode descontar nos ônibus. E sempre quem paga é o motorista e a população que depende do transporte”, disse Chiquinho, que pede que a população denuncie casos de violência à polícia.
Chiquinho disse ainda que há casos de agressões físicas praticadas por ladrões que assaltam os ônibus ou por passageiros que se revoltam com o atraso ou a quebra dos veículos.