Aécio volta sem sentir ‘ódio ou rancor’
Um dia depois de o plenário do Senado ter devolvido seu mandato, Aécio Neves (PSDB-MG) retornou ontem ao Congresso, após ter passado 21 dias fora. O tucano chegou acompanhado de assessores e entrou pelo cafezinho, evitando chamar a atenção da imprensa.
Em seu primeiro discurso, Aécio afirmou que não estava voltando ao Senado “com rancor ou ódio”.
Por decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tri- bunal Federal), ele estava afastado do mandato e proibido de deixar sua residência à noite durante esse período.
Não houve manifestação entre os senadores sobre a entrada do tucano. Ele foi anunciado pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PSDB-MG), que em seguida lhe concedeu a palavra.
Aécio Neves repetiu em seu discurso, que durou dois minutos, as mesmas palavras ditas por meio de nota divulgada na terça-feira.
O senador tucano se disse “vítima de uma ardilosa armação, criminosa armação perpetrada por empresários inescrupulosos que enriqueceram às custas de dinheiro público e que não tiveram qualquer constrangimento em acusar pessoas de bem na busca dos benefícios de uma inaceitável delação”.
Aécio atacou a delação da empresa JBS, que disse estar suspensa “em razão de parte da verdade estar vindo à tona”‘. E dirigiu críticas ainda à gestão anterior da PGR (Procuradoria-Geral da República), sob o comando de Rodrigo Janot até o mês passado, evitando citar nomes.
Aécio se disse ainda vítima de ataques “dos mais vis e graves nos últimos dias”.
Ele é alvo de denúncia pela PGR pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Aécio Neves foi gravado em março passado pelo empresário e delator Joesley Batista, dono da JBS, a quem pediu R$ 2 milhões.