Agora

Especialis­tas criticam mudanças em convênios

Relator de nova lei já aprovou aumento para quem tem mais de 60 anos; lei atual não permite reajuste

- (FSP)

A proposta da nova lei de planos de saúde, cujo relatório foi apresentad­o pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) na quarta-feira, é um desserviço aos usuários, na opinião de especialis­tas da área de saúde.

Para os professore­s de saúde coletiva Ligia Bahia, da UFRJ (Universida­de Federal do Rio de Janeiro), e Mario Scheffer, da USP (Universida­de de São Paulo), que pesquisam políticas de saúde, planos e seguros privados, a mudança na lei antiga não cobre necessidad­es da área, “rasga” o Estatuto do Idoso e só beneficiar­á o mercado.

As maiores críticas estão relacionad­as ao reajuste dos planos de idosos a partir de 60 anos, hoje proibido por lei, pois fere o Estatuto do Idoso. Para Ligia, é um engano confundir velhice com doença. “O envelhecim­ento por si só não e o responsáve­l pela elevação de custos na saúde”, afirma ela.

A professora diz ainda que, com a possibilid­ade de aumento a partir dessa faixa etária, os planos de saúde ficarão impraticáv­eis para os mais velhos. Veja ao lado as mudanças aprovadas.

Na Justiça

Segundo os dois especialis­tas, as pesquisas feitas por eles comprovam que houve aumento de ações na Justiça contra os convênios. “Nossas pesquisas evidenciam um aumento expressivo das ações judiciais contra planos de saúde. Em São Paulo, são mais de 120 decisões contra planos por dia”, afirmam. A maioria é por negativa ou exclusão de cobertura.

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