Senado dos EUA pressiona as empresas de internet
Sob efeito de ação russa, país quer regras iguais às aplicadas em TVs, rádios e jornais
Numa escalada de medo e desconfiança da intervenção russa na política doméstica dos Estados Unidos, senadores americanos defendem que gigantes da internet, como Google e Facebook, revelem quem está comprando anúncios em suas páginas.
O esforço liderado por um republicano e dois democratas vem no rastro do lobby cada mais agressivo nos EUA para se manter a liberdade de operar quase alheio a regulamentos do governo.
Nas últimas semanas, essas empresas despacharam altos executivos a Washington para tentar conter a crise detonada por revelações recentes de que agentes russos compraram anúncios nessas plataformas para fomentar divisões políticas nos EUA.
Executivos do Facebook admitiram que a rede social vendeu o equivalente a cerca de R$ 320 mil em publicidade a compradores da Rússia. Embora o valor pareça baixo, analistas estimam que essas mensagens possam ter sido vistas por quase 25 milhões de pessoas.
Russos ainda compraram dezenas de milhares de dólares em anúncios no Google e páginas ligadas à empresa, entre elas Gmail e YouTube.
O presidente russo Vladimir Putin deu ontem a primeira declaração ligada à batalha midiática entre Washington e Moscou, defendendo a liberdade de atuação do canal RT TV e do site Sputnik, ligados ao Kremlin, nos EUA.
Ele respondeu à exigência de políticos americanos de que funcionários da mídia de seu país se registrem como agentes estrangeiros ameaçando impor restrições a jornalistas de ao menos cinco organizações de mídia americanas que atuam na Rússia.
“Vamos responder à altura e com rapidez”, disse Putin. “Logo que encontrarmos passos à imposição de restrições, haverá resposta.”