Rio-16 deve R$ 30 milhões a mais do que foi divulgado
Uma carta enviada em junho pelo advogado do comitê organizador Rio-2016, Sérgio Mazzillo, ao então presidente Carlos Arthur Nuzman, revela um quadro financeiro da entidade ainda pior do que o conhecido.
Mazzilo afirma que o comitê está “insolvente”. Descreve uma dívida de R$ 160 milhões —21% maior do que os R$ 132 milhões divulga- dos— e afirma que, sem a ajuda do COI (Comitê Olímpico Internacional), já descartada, sequer um processo de recuperação judicial é viável para quitar os inúmeros credores da Olimpíada.
“O comitê, querido amigo, lamento afirmar, com convicção, está insolvente. Hoje, ainda temos uma chance, tênue, de pedirmos a recuperação judicial. E, mesmo assim, se a ajuda do COI confirmar-se”, diz a missiva, apreendida pela Polícia Federal durante a Operação Unfair Play.
Credor quer falência
Comandante da maior credora do comitê, o presidente da GL Events, Arthur Repsold, está sem esperança de ter a sua dívida de cerca de R$ 50 milhões quitada.
Ele acredita que terá que pedir a “falência da Rio 2016” para conseguir receber a quantia. O executivo da multinacional francesa diz estar descontente com o COI, que deveria fazer a cobrança desse valor à Rio 2016.
A GL Events foi a responsável por montar estruturas provisórias e hospitalidade em vários locais, como o Parque Olímpico e Deodoro.