Agora

Máquina de moer técnicos

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A frequência com que o Palmeiras troca de técnico expõe a falta de um projeto para o time mais endinheira­do do país. Há revezament­o constante no comando da equipe desde 2014, quando Gilson Kleina deixou o clube. A partir dali, o bastão já foi passado para Ricardo Gareca, Dorival Júnior, Oswaldo de Oliveira, Marcelo Oliveira, Cuca, Eduardo Baptista, Cuca novamente, até cair nas mãos do interino Alberto Valentim.

Foram nove treinadore­s em três anos. Assim é impossível construir uma identidade para o time, que muda de direção a cada quatro ou cinco meses. Pior: não existe um perfil definido para ocupar o cargo. Cada comandante tem uma ideia tática diferente e herda um elenco que não atende às suas necessidad­es.

Aí entra em cena Alexandre Mattos, diretor de futebol que gosta de posar como craque, com direito até a camisa com seu nome nas costas. Ele sai comprando jogador a tor- to e a direito, mas, sem dar tempo para que o técnico de plantão desenvolva o trabalho, logo troca o comando outra vez e recomeça o círculo vicioso.

Os resultados neste ano ficaram muito aquém do esperado em face do enorme investimen­to proporcion­ado pela patrocinad­ora. Foi grana demais. Porém, na ausência de planejamen­to, reforços como Felipe Melo e Borja, estrelas da companhia trazidas a preço de ouro, revelaram-se um fiasco.

O Pit Bull é um jogador razoável, nada além disso, mas conquistou boa parte da torcida com seus rosnados e declaraçõe­s raivosas que só trouxeram dor de cabeça. Reflexo dos tempos de ódio em que vivemos, muita gente ainda o apoia. A reintegraç­ão dele desmoraliz­ou Cuca, ofendido grosseiram­ente pelo subordinad­o, e decretou ali o seu fim.

Se nem técnicos campeões resistem, Mano Menezes deve pensar bem antes de entrar nesse moedor de carne fresca.

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