Agora

Ele apontou para miim,, mas virou, diz colega de atirador

Alvo era outro aluno, diz garota. Barulho de tiros foi confundido com experiment­o de mostra de ciência

- (FSP)

Goiânia “Ele apontou a arma primeiro para mim, mas virou e atirou no João Pedro Calembo, que sentava atrás dele.” É o que narra uma estudante de 14 anos da mesma turma do atirador, detalhando o tiroteio em uma sala do oitavo ano do ensino fundamenta­l da escola particular Goyases, em Goiânia, na manhã de ontem.

A colega de turma do atirador disse que estava conversand­o com outro estudante perto dela e, em seguida, olhou para o atirador. “Eu olhei para o lado, aleatoriam­ente, e, nesse momento, eu o vi tirando a arma da mochila e apontando para mim. Pensei que seria a primeira baleada”, disse.

“Mas acho que ele não atirou porque eu não tinha conflito com ele e, às vezes, como moramos perto, íamos embora a pé juntos da escola”, acrescento­u.

De acordo com a estudante, outros colegas de turma chamavam o adolescent­e de “satanista”. Em uma ocasião, segundo outros alunos, o adolescent­e chegou a desenhar o símbolo do nazismo em uma aula de ética. O ataque ocorreu no intervalo antes da última aula.

A aluna relatou, ainda, que se jogou no chão e saiu engatinhan­do após o primeiro disparo. João Vitor Gomes, que era do mesmo grupo de colegas próximos do atirador, foi a segunda vítima atingida pelos disparos e morreu no local. Outros quatro alunos foram feridos pelos disparos.

“Eu vi o momento. Tinha acabado de bater o sinal do penúltimo horário. Era 11h40. A gente escutou um barulho bem alto, parecia de bombinha. Como a gente tinha mostra [de ciência] amanhã [hoje], a gente pensou que era um dos experiment­os”, disse uma estudante de 13 anos, aluna da mesma sala do atirador.

Ela disse que estava com uma colega e a professora perto da porta da sala de aula. O atirador estava próximo ao fundo do ambiente.

“A professora perguntou ‘o que que é isso?’. Ele levantou a arma e atirou para todo lado. Peguei na mão da minha amiga e saí correndo.”

“Ele não era calmo. Ele era bem estranho. Se você chegasse para falar com ele, ele já falava ‘ah, eu vou matar seu pai e sua mãe, eu vou te matar’. A gente nunca chegou a falar isso para a escola porque não achava que era verdade, que ele chegaria ao ponto de fazer isso”, afirmou a estudante.

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Fotos Reprodução O atirador, de 14 anos, detido, aguarda sentado em cadeira do colégio; sobreviven­tes dizem que ele atirou para todos os lados
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Mulher chora no colégio Goyases, em Goiânia, ontem, após aluno do oitavo ano matar dois colegas a tiros em sala de aula

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