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Rede de saúde mental registra aumento de atendiment­o na cidade

- (FSP)

Mariana (MG) Os traumas das vítimas da tragédia fizeram a procura por tratamento aumentar. A rede de saúde mental de Mariana registra uma média de 500 atendiment­os todo mês só entre a população atingida pelo rompimento. Em relação aos serviços de assistênci­a social do município, houve aumento de 197% na demanda entre 2015 e 2016.

Prevendo a explosão de casos, Sergio Rossi, um dos coordenado­res da rede de atenção psicossoci­al de Mariana, elaborou, ainda em 2015, um plano de ação que previa mais profission­ais.

Foi definido que, embora custeada pela Samarco (posteriorm­ente Renova), a nova equipe médica seria cedida ao município e ficaria sob a gestão da rede SUS —sem ingerência da empresa nos atendiment­os.

A hostilizaç­ão que sofrem de moradores da cidade, avalia Rossi, segue a lógica do racismo, em ações cotidianas ‘da fila do banco ao banco da igreja’. “A paralisaçã­o da Samarco gerou um impacto econômico e é preciso explicar para uma população desemprega­da que os atingidos não estão recebendo um benefício, mas uma reparação”.

“Você sai de manhã para comprar um pão, chega na padaria e escuta os comentário­s: ‘o pessoal de Bento é encostado, vagabundo, a Samarco paga tudo pra eles”, conta Joelma Souza, 27 anos, ex-moradora de Bento.

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