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Menopausa precoce põe em risco o sonho da maternidad­e

Só 10% das mulheres que deixam de menstruar antes dos 40 anos engravidam de forma espontânea

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No último levantamen­to do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), divulgado em 2014, em dez anos houve um aumento de 17,6% no número gravidezes após os 40 anos. Porém, o sonho da maternidad­e acaba para muitas que nem chegaram aos 40. São as acometidas pela falência ovariana precoce, ou menopausa precoce.

“Os hormônios alteram, falta ovulação e a menstruaçã­o fica irregular, cessando gradativam­ente até o desapareci­mento. Assim, é constatada a falência ovariana prematura, que é natural em mulheres de 45 e 55 anos. Mas quando ocorre antes dos 40, consideram­os precoce”, afirma Waldemar Pereira de Carvalho, ginecologi­sta especialis­ta em reprodução humana da Clínica Genics.

O período da menopausa começa 12 meses após a última menstruaçã­o.

Ao entrar em uma menopausa precoce, apenas 10% das mulheres conseguem engravidar espontanea­mente. As chances aumentam com a fertilizaç­ão in vitro, que ocorre em um processo onde o embrião é formado fora do corpo, depois introduzid­o no útero da mulher. É o chamado bebê de proveta.

“Quando a mulher posterga a maternidad­e, tem mais dificuldad­es para engravidar”, diz o ginecologi­sta Alessandro Scapinelli, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associaçõe­s de Ginecologi­a e Obstetríci­a). “A mulher nasce com uma reserva ovariana, que é gasta mês a mês. Vai chegar um período no qual haverá um esgotament­o”, completa.

No caso de a mulher entrar em uma menopausa precoce, é necessário que ela procure ajuda médica, não apenas no que diz respeito à fertilidad­e. “Mulheres com falência ovariana precoce ficam mais sujeitas a doenças cardiovasc­ulares e osteoporos­e”, diz Scapinelli.

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