Dois anos após Mariana, indenizações travam
Mariana (MG) Atingidos pela lama da Samarco em Minas Gerais e no Espírito Santo, moradores se mobilizam por reparação e para cobrar direitos a renda, moradia e água. As reuniões ocorrem em uma casa alugada pela Fundação Renova, entidade criada e bancada pela Samarco e suas donas (Vale e BHP Billiton) para reparar a tragédia ambiental que completa dois anos no dia 5.
Em março de 2016, as mineradoras fizeram acordo com o governo federal e dos Estados, que deu diretrizes para ações de reparação. Mas o acordo não foi homologado pela Justiça e sofre questionamentos do Ministério Público Federal sobre a falta de participação da sociedade nas decisões da Renova. Até hoje, atingidos já reconhecidos como tal aguardam o recebimento do auxílio emergencial, no valor de um salário-mínimo e cesta básica.
É o caso das comunidades de pescadores de peixes e crustáceos de São Mateus (ES). O local foi o último a ser afetado pela lama, que provocou mortes de peixes e crustáceos. Moradores dizem ter problemas de saúde. Eles só foram reconhecidos mais de um ano depois.
Em Mariana, ao contrário de outras cidades da bacia do rio Doce, não houve pulverização de processos. Há 18 ações coletivas movidas pelo Ministério Público.