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Placar sobre denúncia dará dimensão da força de Temer

Planalto trabalha para conseguir ao menos 260 votos para garantir vitória hoje na Câmara

- (FSP)

Apesar da ação do Palácio do Planalto em contemplar aliados para tentar repetir o placar de 263 votos que derrubou a primeira denúncia contra Michel Temer, deputados da própria base trabalham para que o presidente tenha uma vitória menor hoje e, assim, permaneça refém do Congresso.

O tamanho do placar favorável a ele redimensio­nará a força de seu governo nos 14 meses que lhe restarão de mandato e, por isso, o esforço de seus assessores é para que ele mantenha ou até mesmo amplie os votos da sessão de 2 de agosto, que enterrou a acusação por corrupção passiva que tramitava contra o peemedebis­ta.

Enquanto líderes governista­s negociavam a liberação de cargos e emendas parlamenta­res em reuniões ontem, em Brasília, deputados do chamado centrão, grupo de siglas pequenas e médias comandado por PSD, PP, PR, PRB e PTB, e aliados ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diziam que o governo só tenta criar um “efeito manada positivo” e que era “preciso entender que Temer terá de reorganiza­r sua base aliada para continuar governando”.

A pressão dos parlamenta- res é calculada e quer dar ao Legislativ­o e ao próprio Maia o protagonis­mo para comandar uma agenda de recuperaçã­o econômica do país.

Base menor

Nas contas do presidente da Câmara, Temer vai barrar a segunda denúncia contra ele - por obstrução da Justiça e participaç­ão em organizaçã­o criminosa - com cerca de 30 votos a menos que na primeira votação, mas não poderá mais contar com uma base aliada robusta para liderar a pauta do Congresso.

Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirma que o governo espera receber entre 260 e 270 votos. A sessão deve começar às 9h.

A tensão entre Maia e Temer chegou a níveis elevados e, apesar de o deputado tentar contempori­zar o clima amargo, não deixou de provocar: ‘Em política não tem amiguinho, muito menos para sempre.‘

O Planalto agiu para tentar demover traições de um grupo de 40 deputados que reclamava não ter suas demandas atendidas.

Cargos no terceiro e quarto escalão e verbas para bases eram tratadas dentro do plenário ontem. O Planalto, em um aceno a setores do Legislativ­o, por exemplo, também sancionou o Refis, programa de refinancia­mento das dívidas com o fisco, em negociação há meses.

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Marcos Corrêa/PR O presidente Temer em em reunião para conseguir votos ontem: Câmara vota hoje segunda denúncia

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