Agora

Deputados barram segunda denúncia contra presidente

Acusação era por obstrução de Justiça e liderar organizaçã­o criminosa; governo mobilizou a máquina

- (FSP)

A Câmara dos Deputados barrou ontem a segunda denúncia da Procurador­ia-Geral da República contra o presidente Michel Temer.

Na sessão, que terminou às 21h35, um total de 251 deputados federais votaram para não se autorizar o Supremo Tribunal Federal a analisar as acusações contra Temer e seus dois de seus ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral). Contrários ao presidente, votaram 233 parlamenta­res.

Apesar de os governista­s terem levado oito horas para reunir o número mínimo de deputados para abrir a sessão, o resultado repete o desfecho da análise da primeira denúncia, em agosto.

Os dois casos acusação de corrupção passiva na primeira e obstrução da Justiça e organizaçã­o criminosa, na segunda ficam congelados e só voltam a tramitar após o fim do mandato de Temer, em janeiro de 2019.

O resultado encerra o conturbado momento político iniciado em maio com a divulgação do áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista.

O governo federal movimentou a máquina pública para conseguir barrar a denúncia nos últimos dias.

No varejo, Temer e seus ministros receberam centenas de deputados em encontros isolados e prometeram a aceleração da liberação de verbas para os redutos eleitorais dos parlamenta­res, loteamento de cargos federais e outras benesses públicas.

No atacado, o presidente atendeu, entre outros, a pleitos históricos da numerosa e poderosa bancada ruralista, que emplacou, entre outras medidas, regras que dificultam a demarcação de terras indígenas, facilitam renegociaç­ão de dívidas rurais, enfraquece­m a proteção ambiental e o combate ao trabalho escravo.

Orientaram a favor do presidente PMDB, PP, Avante, PSD, PR, DEM, PTB, Pros, PSL, PRB, Solidaried­ade, PSC e PEN. Contra, PT, PSB, PDT, PC do B, Podemos, PPS, PHS, PSOL e Rede.

Ficaram em cima do muro (liberaram as bancadas) o PV e o PSDB este o principal aliado do PMDB no governo.

O partido rachou durante a crise. De um lado, o grupo de Aécio Neves (MG), favorável a Temer, e de onde saiu o relatório favorável a ele. De outro, o de Geraldo Alckmin (SP) e Tasso Jereissati (CE), além da maioria dos deputados mais jovens do partido.

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/Adriano Machado/Reuters Deputados contrários a Michel Temer exibem cartazes com protestos no plenário da Câmara; votação da segunda denúncia da Procurador­ia-Geral da República contra o presidente levou oito horas para começar
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