Ruins nas letras e nos números
Dá desânimo ver os resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), que é aplicada aos alunos do terceiro ano fundamental da rede pública.
As notas de 2016, que foram divulgadas agora, são tão ruins como as da edição anterior, de 2014.
O Ministério da Educação usa quatro níveis para classificar os alunos: elementar, básico, adequado e desejável. Os dois primeiros são considerados insuficientes.
Participaram da ANA mais de 2 milhões de estudantes, quase todos com oito anos de idade ou mais.
Mais da metade deles (55%) foi mal em leitura e matemática. Quer dizer: nossas crianças são fracas nas letras e também nos números.
As que conseguiram o resultado desejável foram apenas 13% em leitura e 8% em escrita.
Em matemática, houve até uma surpresa boa: 27% ficaram no nível mais alto. Quem sabe foi com a ajuda da olimpíada que tem sido promovida em quase todas as cidades.
Pior é quando olhamos para os resultados de Estados mais pobres: ficaram com 75% ou mais de insuficiência, por exemplo, Sergipe, Amapá, Maranhão, Pará e Alagoas.
Quer dizer: a educação pública continua ruim em alguns lugares e péssima em outros. Tudo bem que seria demais esperar um milagre em dois anos, mas pelo menos deveria haver alguma melhora.
Quem sabe a partir de agora, quando estiver valendo a base curricular nacional, os governos, os professores e os pais vão ter uma noção melhor do que é preciso ensinar aos meninos e meninas.