Agora

Inclusão é

O sistema possibilit­a que as pessoas sem acesso ao ensino universitá­rio tenham uma oportunida­de

- (Renê Gardim)

O EAD (Ensino a Distância) teve expansão muito grande nos últimos anos, embora tenha surgido no final do século 19. Esse avanço foi possível graças às novas tecnologia­s, que garantiram a inclusão de muitas pessoas, principalm­ente no ensino superior. Mas, para a professora Tatiane Monteiro da Cruz, 32 anos, essa inclusão ainda não é suficiente.

Deficiente auditiva desde que nasceu, Tatiane sempre enfrentou dificuldad­e de comunicaçã­o. “Sempre estudei em escola regular. Mas, para que eu conseguiss­e acompanhar as aulas, sempre sentei nas primeiras carteiras, de preferênci­a no centro da sala”, lembra. Com esforço ela conseguiu aprender a falar, mas encontrou na Libras a forma de se comunicar com outros surdos.

Atualmente ela é professora de ensino a distância na Universida­des Anhembi Morumbi, na Universida­de de Salvador e na Universida­de de Potiguar, atuando nos cursos de Letras e Pedagogia. “Em minha educação básica nunca tive o acompanham­ento de um intérprete de Libras, pois esse profission­al não existia. Só fui conhecer esse profission­al na universida­de”, explica.

E foi também na universida­de que descobriu o EAD. “Tendo cursado uma graduação a distância, compreendi a dinâmica e quando a Universida­de Anhembi Morumbi buscava tutores, me candidatei e consegui a vaga, estou aqui desde 2013. Fui tutora e hoje sou docente. Acompanhei todo o desenvolvi­mento do EAD Laureate”, afirma.

No desenvolvi­mento das aulas a distância, Tatiane não encontra dificuldad­es. “Apenas nas webconferê­ncias eu falo e os alunos precisam digitar para nos comunicarm­os”, lembra.

Mas aponta várias vantagens. “O bacana do EAD é a possibilid­ade de rever as aulas, os materiais, os vídeos. Você não entendeu como um sinal é feito, você reproduz o vídeo quantas vezes quiser. O estudante, gravando a si mesmo consegue perceber sua evolução. Mas, dedicação é essencial”.

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Ronny Santos/Folhapress Tatiane sempre sentiu falta de um tradutor na escola tradiciona­l

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