Doria gasta só 21% da grana para ações contra enchentes
Às vésperas do período de chuvas, gestão tucana usou apenas R$ 172 mi de R$ 837 mi previstos
Às vésperas do início da época de chuvas, a gestão João Doria (PSDB) só gastou 21% do previsto no ano para ações antienchente em São Paulo —R$ 172 milhões de R$ 837 milhões. Entre as principais áreas da administração municipal, esta é a que ostenta maior percentual de verba congelada.
O tucano precisará acelerar os gastos na área para alcançar o acumulado de Haddad nos 12 meses de 2016 —um total de R$ 393 milhões.
Antes de ser eleito, Doria disse: “A cada córrego, que nós vamos fazer a revitalização, depois de revitalizá-lo, canalizá-lo, vamos fazer parques lineares. Sobre eles, teremos parques lineares, com quadras poliesportivas, árvores, bancos, lixeiras”.
Na prática, a absoluta maioria das obras ainda não saiu do papel. Quando se leva em conta os investimen- tos, excluindo ações de manutenção, Doria gastou apenas R$ 1 de cada R$ 10 previstos para este ano.
Medidas como canalização de córregos em bairros periféricos ficaram na promessa. Como os gastos com custeio atingiram pouco mais de metade do previsto para este ano, a manutenção também ficou aquém do esperado.
Os transtornos com as chuvas podem ser agravados também por falhas na zeladoria. O serviço de varrição, por exemplo, recolheu 6% menos lixo que a gestão passada no mesmo período —a sujeira é um dos fatores para entupimento de sistemas de escoamento de água.
O plano anunciado por Doria antes de assumir o cargo de prefeito tinha como principal aposta a construção de cerca de 20 piscinões e pôlderes (diques com bombas de drenagem). Para o engenheiro Julio Cerqueira Cesar Neto, especialista na área hídrica, o poder público erra ao investir em piscinões, considerados ineficientes. O foco, diz, deveriam ser as canalizações de córregos.