Falta estrutura ao Hospital do Tatuapé, dizem pacientes
Idosa aguardou três semanas para fazer cateterismo. Doente com câncer ficou 6 dias no corredor
Familiares de pacientes que precisam do Hospital Municipal do Tatuapé (Doutor Carmino Caricchio), na avenida Celso Garcia (zona leste), reclamam de falta de estrutura e mau atendimento. Eles dizem também que há poucos funcionários. Um Ví- deo circula nas redes sociais mostrando problemas.
O motorista Thiago Araújo de Oliveira, 32 anos, sofreu um acidente de moto há oito anos e ficou em estado vegetativo. Há oito meses, foi levado ao hospital e não saiu mais. Há duas semanas, parentes notaram que ele estava com o fêmur quebrado.
“Eles começaram a nos tratar mal e falaram que não sabiam o que tinha acontecido”, afirma a auxiliar de escritório Talita Araújo de Oliveira Veloso, 30, irmã do paciente. O caso foi parar na delegacia, onde foi registra- da a ocorrência.
A aposentada Maria Arlinda de Jesus, 77 anos, chegou ao hospital há três semanas com dois dedos do pé arroxeados. O primeiro diagnóstico é de que deveria fazer um cateterismo, que poderia resultar na amputação de parte dos dedos.
“Foram três semanas e nada. É um descaso, um desrespeito”, diz o assistente de logística Maxuell Amaro, 31, casado com a neta da idosa.
A paciente conseguiu fazer o exame após a reportagem entrar em contato com a Secretaria Municipal da Saúde.
A professora Maria Elizabete Florentino, 51, conta que o pai dela, o aposentado Arnaldo Florentino, 70, tem tumor no cérebro e ficou seis dias no corredor, entre cadeira de rodas e uma maca.“Vi uma enfermeira atendendo dezenas de pessoas.”
Desde a semana passada, circula um vídeo que mostra um homem com o braço ferido, sangrando, na recepção do hospital. Ele pede atendimento urgente, mas funcionárias não o atendem. Uma delas aparece no computador, acessando páginas em redes sociais.