Agora

Fugas ao exterior criam obstáculo para ação de Moro

Ao menos sete réus estão fora do país, em casos que se arrastam na Justiça há mais de três anos

- (FSP)

Estão em países como Líbano, Portugal e Espanha alguns dos réus que respondem no Brasil a processos sob responsabi­lidade do juiz Sergio Moro. Em três anos e meio de Operação Lava Jato, casos de alvos que fugiram ou que vivem fora se tornaram comuns na operação e criam obstáculos para o trâmite das ações.

Ao menos cinco réus permanecem fora do país (veja na arte ao lado). E outros dois foram alvos de mandado de prisão temporária, mas nunca foram encontrado­s.

A Interpol (polícia internacio­nal) foi acionada em parte dessas situações.

Entre esses réus, o mais conhecido é Rodrigo Tacla Duran, que chegou a ser preso na Espanha e, à distância, fez acusações contra a Ode- brecht e contra um amigo de Moro. Ele é suspeito de operaciona­lizar pagamentos para a empreiteir­a e também para a construtor­a UTC.

Tacla Duran tem cidadania espanhola, o que impediu a sua extradição para o Brasil, e o juiz tenta dar andamento ao processo por cooperação internacio­nal.

Esses processos, porém, costumam se arrastar diante de dificuldad­es práticas. São complicado­res como pedidos internacio­nais de auxílio e traduções de centenas de páginas de documentos. O Ministério da Justiça em Brasília precisa ser chamado para intermedia­r o contato com autoridade­s estrangeir­as.

Isso foi feito no caso de Oscar Algorta Raquetti, uruguaio acusado de lavar dinheiro em benefício do exdiretor da Petrobras Nestor Cerveró. A notificaçã­o foi encaminhad­a em 2015, cumprida em 2016 e depois disso o processo não andou nem há registro de advogado constituíd­o no Brasil. Fugas e cidadania estrangeir­a atrasam processos com Sergio Moro

13O que aconteceu:

4Onde está: Uruguai Acusação: Suspeito de auxiliar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a lavar dinheiro com a abertura de uma empresa O que aconteceu: Brasil encaminhou pedido de cooperação internacio­nal ao Uruguai para informá-lo de ação penal. Ele foi intimado, mas não mais se manifestou Brasil

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Foi considerad­o foragido e acabou detido em Portugal. Suprema corte portuguesa ainda não decidiu pedido da defesa para não extraditá-lo
Portugal Suspeito de operar propina para exdiretore­s da Petrobras Foi considerad­o foragido e acabou detido em Portugal. Suprema corte portuguesa ainda não decidiu pedido da defesa para não extraditá-lo

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