Doleiros que estão presos no Uruguai tentam ser julgados lá
Tido pelo corretor financeiro Lúcio Bolonha Funaro como o último grande doleiro a operar no Brasil, Claudio Fernando Barboza de Souza, o Tony, tenta evitar a extradição e quer ser julgado no Uruguai, onde está preso desde março deste ano.
Para isso, afirma que, no Brasil, é perseguido por delatores que querem apenas “salvar a própria pele” e não têm intenção de colaborar com a Justiça.
Ele e seu ex-sócio, Vinicius Claret, o Juca, moravam no país vizinho quando foram presos. Os dois tinham pedidos de prisão autorizados pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio.
A Procuradoria-Geral da República solicitou a extradição dos dois, posição endossada pela Fiscalía (Ministério Público) uruguaio. A decisão cabe à Justiça do Uruguai e ainda não foi tomada.
Os dois tentam responder ao processo em liberdade, disse o advogado uruguaio de Tony, Pablo Correa.
À Justiça local, Correa apresentou argumentos com crí- ticas à condução de delações premiadas no Brasil.
“No Brasil, quanto mais alguém delata, quanto mais importante é sua graduação dentro do mundo delitivo da corrupção e quanto mais paga, mais benefícios recebe da Procuradoria”, escreveu.
“Ninguém se preocupa em averiguar se [o delator] mentiu ou não”, disse.