Ex-vice argentino é acusado de enriquecimento ilícito
Amado Boudou, que fez parte do segundo governo de Cristina Kirchner, foi detido na manhã de ontem
O ex-vice-presidente argentino Amado Boudou, 54 anos, foi detido na manhã de ontem, sob ordem do juiz federal Ariel Lijo, que investiga uma acusação de enriquecimento ilícito.
Boudou foi vice de Cristina Kirchner em seu segundo mandato ( 2011- 2015). Também foi detido pela mesma acusação o testa-deferro do ex-vice, José María Nuñez Carmona.
Boudou foi levado ao Tribunal Federal para uma audiência na região central de Buenos Aires.
Na audiência de uma hora e e meia ele falou em imparcialidade e que sua detenção era totalmente arbitrária.
O ex-vice-presidente deve explicar a origem de um montante de US$ 80 mil usados na compra de um apartamento de sua ex-namorada, Agustina Kampfer.
Boudou também é investigado por participar de uma rede de tráfico de influências que beneficiou empresários relacionados a uma de suas empresas e de apropriar-se de 70% das ações da empresa Ciccone, que imprimia papel-moeda usado nos bilhetes de pesos que circulam na Argentina.
A Ciccone se encontrava em má situação financeira, e Boudou a comprou, também com fundos cuja origem está sendo investigada.
Segundo o juiz Lijo, Boudou terá de apresentar uma “justificação de seus bens”, uma vez que a Justiça enten- de que “existem elementos suficientes que permitem presumir, a princípio, que Amado Boudou teve seu patrimônio aumentado de forma injustificada durante o exercício da função pública”.
Esta foi a primeira vez na história que um vice-presidente é detido na argentina sob suspeita de corrupção.
A detenção ocorre nove dias após a prisão por suposta corrupção do ex-ministro Julio De Vido, que administrou obras públicas durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner e que teve o seu mandato de deputado cassado.