Agora

Amanhã é dia!

- É jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

Quem está por cima quer cutucar, dar a sua estocada fatal. Quem está por baixo não vê a hora de virar o jogo e chegar a sua vez de dominar. Ruim ou boa, todo mundo lembra da primeira vez. E, seja qual for o desempenho, da última. E, entre elas, algumas mais, outras menos, toda vez é vez em que a emoção entra em campo. Mais ou menos gostoso, não existe amistoso. Não há otimista que, ainda que esconda, não tenha um medo de negar fogo na hora toda vez que chega a hora. E até o mais pessimista, aquele tipo que veste a personagem do coitado e finge não acreditar que é capaz de crescer e surpreende­r, no fundo, não entra em campo para brincadeir­a e pede à força superior em que acredita para que seja o homem do jogo. Depois que a bola para de rolar e acaba o jogo, quem fica para trás nunca assume a sua culpa. Fala grosso, passa a bola e transfere o erro próprio para o outro. Nunca convence ninguém, só serve para consolo próprio no bate-papo no bar com os seus, mas segue o jogo. Até o próximo encontro onde a intenção é entrar com tudo para dar o troco. Nem sempre alguém penetra. O empate, nem lá, nem cá, também faz parte do jogo. Embora nunca seja igual para os dois. Sempre alguém fica mais feliz ou menos triste quando nada de muito bom acontece. Mas é melhor que perder. Sair derrotado é brochante, tem muita gente que, de vergonha, até adoe- ce. Mas é preciso reconhecer a queda, levantar e voltar a lutar. A vitória também não pode, nunca, ser festejada como o triunfo definitivo. Muito é véspera de pouco. É como pênalti. Só falha quem joga. Não quem só bate. Porque há vida e a graça está no encontro com o outro. Para o desespero dos individual­istas, a felicidade está em ultrapassa­r a barreira e estufar a rede adversária. Mais gostosa quando encara como objetivo a ser vencido, não como inimigo. A vida é um eterno Corinthian­s e Palmeiras. Com tanto ódio, ressentime­nto, ameaça, remorso, que prevaleça o amor em mais um Dérbi centenário. E como detesto polêmica, não direi que vença o maior. Amanhã é dia! Todo boleiro alvinegro ou alviverde, neste ou em qualquer plano, sabe muito bem o que é um Corinthian­s x Palmeiras. Dependendo do resultado, tão gostoso quanto sonhar com a Marisa Orth no auge.

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