PPiizzzzaa ddee RR$$ 111000 vira moda na periferia de São Paulo
Clientes dizem que economia importa, mas qualidade não fica devendo para pizzas mais caras
Para não abrir mão da pizza no fim de semana, paulistanos que moram na periferia da capital aderiram à concorrida moda das pizzas de R$ 10. Comum na porta de estádios e de faculdades, a iguaria é vendida nos bairros em pequenos comércios e até é possível receber em casa, claro que pagando pela entrega feita pelo motoboy.
Até os funkeiros aproveitaram a promoção e criaram músicas para a pizza de R$ 10. No hit de JWN MC, o refrão diz “Você come e mata a fome gastando apenas dez. Olha a pizza de dez!”.
A comerciante Neide Carlos dos Santos, 37 anos, há dez anos mantém a pizzaria Gabrielly no Jardim Brasil, na região de Vila Medeiros (zona norte). Ela conta que a crise e a concorrência de motoqueiros que vendiam a tal pizza de R$ 10 nas ruas fez com que ela mudasse, há um ano e meio, o cardápio e o preparo das pizzas.
“A massa é mais fina e o recheio [de calabresa ou muçarela] nós reduzimos um pouco. Os clientes gostam. Quem pedia uma de R$ 30 hoje compra três de R$ 10. Assim, ganhamos na quantidade”, afirma Neide, que vende 300 pizzas de R$ 10, em média, por dia.
Bom para o bolso
A professora aposentada Lourdes Cristina Malaquias dos Santos, 56 anos, é uma das clientes da pizzaria Gabrielly. Ela mora com filhos, genros, noras e netos que, no total, somam nove pessoas. Com uma família tão grande, ela diz que fica impossível comprar pizza caras para todo mundo.
“Nós deixamos de comprar pizza todas as semanas porque, com a crise, não tínhamos dinheiro, pois são necessárias três ou quatro pizzas. Agora, com a de R$ 10, podemos comprar toda semana”, afirma. Lourdes garante que a pizza é boa. “São maravilhosas, tanto para o bolso quanto para o estômago. A massa é fininha e levinha e é bem recheada. Gostamos muito”, diz.