Agora

Corinthian­s x Palmeiras Briga

Casais que torcem por clubes rivais vivem em clima de tensão na disputa do clássico entre Timão e Verdão

- (FSP)

O palmeirens­e Rui Christofol­etti, 42, sentado no sofá da sala, assistia pela TV à partida de seu time contra o Cruzeiro, segunda-feira. O otimismo foi quebrado pelo gol contra do zagueiro Juninho, ainda na etapa inicial.

Com o canto do olho, viu a mulher, a corintiana Arlene Fontanetti, 42, agitar-se ao seu lado. Aquilo ajudou a azedar seu humor. “Acho que vou para o quarto”, ela disse. Ficou lá pelo restante do jogo. Após anos de relacionam­ento, o casal estabelece­u limites de convivênci­a.

Eles fingem não dar importânci­a ao time do outro. O que hoje será impossível, já que Corinthian­s e Palmeiras fazem um duelo decisivo.

“Nem sempre foi assim. A gente já teve discussões até na lua de mel”, conta Christofol­etti, engenheiro, professor e diretor de escola em Rio Claro (175 km de São Paulo), onde Arlene é professora.

A lua de mel foi na semana de 2012 em que o Corinthian­s ganhou a Libertador­es, a primeira da história do clube. Em Gramado (RS), Arlene flagrou Rui torcendo contra e se irritou. A discussão e o título corintiano, sobre o Boca Juniors-ARG, fizeram o marido dormir emburrado. “Com o tempo, a gente encontrou uma maneira mais fácil de torcer sem um aborrecer o outro”, diz ela.

De acordo com pesquisa Datafolha publicada em fevereiro, 36% da população da cidade de São Paulo torce para o Corinthian­s. A terceira maior torcida é a do Palmeiras, com 12%. Trata-se de um universo de 5,7 milhões de pessoas. Não é improvável encontrar casais que estarão divididos neste domingo.

“Sempre namorei corintiano­s. Incrível. Meu pai chegou a se irritar com isso. Perguntava por que eu não encontrava um palmeirens­e para casar”, lamenta Claudia Samamede, 33. A palmeirens­e é casada com Matheus Oliveira, 36, corintiano. O casal mora na Mooca, reduto da colônia italiana na capital.

Eles já perderam as contas de quantas vezes brigaram por causa de seus times. Mas o amor vence no fim.

 ?? Bruno Santos/ Folhapress ?? O palmeirens­e Rui Christofol­etti, diretor de escola em Rio Claro, posa ao lado de sua mulher, a professora corintiana Arlene Fontanetti, simulando uma luta; o casal já brigou por causa de futebol até na lua de mel
Bruno Santos/ Folhapress O palmeirens­e Rui Christofol­etti, diretor de escola em Rio Claro, posa ao lado de sua mulher, a professora corintiana Arlene Fontanetti, simulando uma luta; o casal já brigou por causa de futebol até na lua de mel

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