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Brasil Fiscalizaç­ão vê caixa preta e manobra fiscal de AAllcckkmm­iinn

Tribunal pode recusar as contas da gestão tucana no Estado por falta de informação sobre desoneraçõ­es

- (FSP)

São Paulo tem as contas em dia e não atrasa salários.

A frase é repetida como um mantra pelo governo estadual e será usada como trunfo em uma eventual campanha presidenci­al do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no ano que vem.

Mas há caixas pretas e pouca transparên­cia no azul das contas paulistas, segundo quem fiscaliza as contas estaduais tucanas.

No último mês de junho, o TCE (Tribunal de Contas do Estado), num ato inédito, aprovou com ressalvas as últimas contas do tucano.

Os conselheir­os alertam que podem rejeitar o balanço de 2017, caso o Estado não esclareça as desoneraçõ­es fiscais que concede e não cumpra o pagamento de precatório­s, as dívidas que o governo assume após perder ações judiciais.

O relatório do TCE chamou a atenção do deputado estadual Raul Marcelo, líder do PSOL na Assembleia.

Há três meses, ele e outros 21 deputados criaram uma frente parlamenta­r para investigar as desoneraçõ­es do Estado. A maioria é da oposição (PT, PSOL e PC do B), mas também estão no grupo Roberto Engler (PSDB), Luiz Carlos Gondim (SD) e Ricardo Madalena (PR).

Hoje, nem a Assembleia Legislativ­a nem o TCE dizem saber quanto Alckmin concede em benefícios fiscais e como compensa o dinheiro que deixa de arrecadar —duas exigências da LRF (Lei de Responsabi­lidade Fiscal).

“O governo precisará ser mais transparen­te com as renúncias fiscais”, escreveu o conselheir­o Antonio Roque Citadini, relator das contas de 2016 no TCE. “Constatei uma informação simplista, na Lei de Diretrizes Orçamentár­ias, indicando que a renúncia fiscal em 2016 tem previsão de R$ 15 bilhões. No relatório de fiscalizaç­ão, porém, nenhum dado há sobre a matéria.”

Os conselheir­os trabalham em parceria com a Diretoria de Contas, que analisa o cumpriment­o do orçamento ao longo do ano.

Segundo a Fazenda, seus funcionári­os “têm trabalhado para atender todas as solicitaçõ­es do Tribunal”.

Em outro flanco, os agentes fiscais, por meio de seu sindicato, processam o governo Alckmin desde 2016. Eles questionam a operação da CPSEC (Companhia Paulista de Securitiza­ção).

Criada em 2009 pelo então governador José Serra (PSDB), a empresa transfere ao mercado créditos dos programas de parcelamen­to de dívidas dos contribuin­tes com o Estado e, de acordo com os fiscais do Estado, a operação descumpre leis federais.

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Greg Salibian - 28.out.2017/Folhapress Geraldo Alckmin, governador de São Paulo: contas de 2017 podem ser barradas, segundo alerta do TCE

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