Agora

Após pressão, Temer decide trocar o diretor-geral da PF

Delegado Fernando Segóvia assumirá cargo que era de Leandro Daiello na Polícia Federal

- (FSP)

O presidente Michel Temer decidiu trocar o comando da Polícia Federal e nomear o delegado de carreira Fernando Segóvia como o novo diretor-geral da corporação.

Ex-superinten­dente da PF no Maranhão, Segóvia vai substituir Leandro Daiello, que chefiou o órgão por quase sete anos, desde o governo Dilma Rousseff.

A escolha de Segóvia foi estratégia para o núcleo político do governo, que dese- java mudanças na condução das investigaç­ões da Operação Lava Jato.

Desde maio, com a delação de executivos da JBS, a operação tem avançado sobre o coração do Planalto.

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o ex-presidente José Sarney, ambos do PMDB, foram os principais fiadores da indicação à chefia da PF.

Na cúpula da polícia, porém, as articulaçõ­es de politicos foram interpreta­das justamente como um temor sobre até onde as apurações poderiam chegar.

Segundo apurou a reportagem Temer já havia decidido por Segóvia há algumas semanas, mas aguardava um momento de “fragilidad­e de Torquato Jardim (ministro da Justiça)”, nas palavras de um assessor do presidente, para dar publicidad­e à escolha.

Receoso de que a indicação pudesse lhe trazer problemas, Temer ainda pediu que seus assessores passassem um pente fino na biografia do delegado, que chegou a mostrar uma certidão para provar que nunca havia respondido a nenhum processo administra­tivo.

O Planalto ficou irritado com Torquato na semana passada, quando ele disse que o governo do Rio não controla a PM e que o comando da corporação está associado ao crime.

À época, ministros de Temer classifica­ram, em caráter reservado, as declaraçõe­s como “‘desnecessá­rias” e chegaram a cogitar uma possível troca do comando da Justiça na reforma ministeria­l prevista para o fim deste ano.

Apesar de ter o respaldo de padrinhos poderosos, Segóvia não é unanimidad­e entre entidades que representa­m integrante­s da PF.

A Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal não reconhece a legitimida­de da lista tríplice que levou ao nome de Segóvia.

Além do nome dele e de Galloro, Luiz Pontel de Souza também foi cotado para substituir Daiello.

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Divulgação/Câmara O delegado Fernando Segóvia comandou a Polícia Federal no Maranhão e tem o apoio de políticos
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