Contra o interesse do cidadão
Governo em geral gosta é de fazer propaganda, não de prestar esclarecimentos.
Anunciar proezas e fazer promessas, sem ninguém para contestar, é moleza. Difícil é responder na lata à pergunta de um cidadão.
Por isso, nem chega a ser surpresa a gravação, revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, em que um assessor da equipe do prefeito João Doria (PSDB) fala sobre como atrapalhar o acesso do e de outros veículos de comunicação a dados do município.
No áudio, Lucas Tavares, que foi demitido depois da confusão, reclama dos jornalis- tas e conversa com colegas sobre como fazer para atrasar pedidos feitos com base na Lei de Acesso à Informação.
Um dos requerimentos discutidos apresentado por William Cardoso, do O profissional é citado entre os três jornalistas que mais apresentam solicitações com base na lei.
Nesse caso, a reportagem tentava apurar as reclamações sobre a limpeza pública de 2013 a 2017.
A demanda foi apresentada em 14 de junho. Até agora, não houve resposta. Na foi gravação, o ex-assessor comenta que, demorando dois meses para entregar os dados, o jornal desiste do assunto. Ele está enganado. Já passou da hora de os governos (federal, estaduais e municipais) do Brasil entenderem que têm a obrigação de prestar contas aos cidadãos que os elegem e os sustentam com o pagamento de impostos.
Isso é do interesse da sociedade e da própria administração pública, que assim terá de se esforçar para entregar serviços melhores.