Agora

Sob pressão, Aécio retira Tasso do comando tucano

Senador mineiro foi ao gabinete do colega cearense para falar de decisão; Goldman é o novo interino do PSDB

- (FSP)

Pressionad­o por ministros tucanos do governo Michel Temer, o senador Aécio Neves (MG) destituiu Tasso Jereissati (CE) da presidênci­a interina do PSDB ontem.

Aécio foi pessoalmen­te ao gabinete de Tasso pedir que ele deixasse o comando do partido, alegando que visava garantir “isonomia” na disputa pela presidênci­a da sigla. Em resposta, ouviu do senador cearense que, se quisesse sua saída, teria de determiná-la.

A conversa foi marcada por tom ríspido e se estendeu até o corredor do gabinete.

Aécio, que é presidente licenciado, reassumiu o cargo e, em seguida, indicou o exgovernad­or de São Paulo Alberto Goldman. Ele ocupará o posto até 9 de dezembro, quando está marcada a con- venção nacional do partido.

Aecistas acusam Tasso de usar a estrutura partidária para promover sua candidatur­a. Citam como exemplo a publicação em destaque da notícia que o oficializa como postulante ao cargo na página oficial do PSDB. Além disso, estão descontent­es com a postura “anti-Temer’ que o tucano tem adotado.

O gesto ocorre um dia depois de Tasso confirmar que disputará o cargo com o governador de Goiás, Marconi Perillo, cuja candidatur­a conta com apoio do mineiro.

O goiano disse, em nota, que “seria antiético e nem um pouco isonômico” Tasso permanecer no posto, “já que a máquina partidária poderia pender para o lado de quem estivesse no comando do partido”.

Tasso assumiu interiname­nte o comando do partido em maio deste ano, após Aécio se licenciar do cargo ser gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista.

O mineiro é alvo de denúncia por corrupção passiva e obstrução da Justiça. Ele nega as acusações.

No cargo

Goldman afirmou que a disputa pelo comando do partido não sofrerá influência do Palácio do Planalto ou de Aécio Neves.

Ele reagiu a tucanos que classifica­ram a destituiçã­o de Tasso como uma interferên­cia de Aécio a favor de Marconi Perillo.

“O Aécio me conhece. Se ele me colocou aqui, sabe que não haverá interferên­cia. Comigo, não”, disse.

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e que pretende disputar a presidênci­a pelo PSDB, disse, em nota, que “eu não fui consultado. E, se fosse, teria sido contra, porque não contribui para a união do partido”.

O presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, chamou a destituiçã­o de “totalmente inoportuna, inconseque­nte e irresponsá­vel”.

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Pedro Ladeira - 31.out.2017/Folhapress Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo, assume a presidênci­a tucana até 9 de dezembro
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Pedro Ladeira - 9.nov.2017 Tasso Jereissati quer presidênci­a do PSDB
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