Capital registra um crime de intolerância a 1122 hh
Levantamento revela 1.091 ocorrências de janeiro de 2016 a agosto deste ano. Centro lidera casos
A Polícia Civil registrou um crime de intolerância a cada 12 horas na capital entre janeiro de 2016 e agosto deste ano. Ataques de ódio contra negros, gays, imigrantes ou por motivações religiosas ocorreram com mais frequência na região central da cidade e foram cometidos, principalmente, por homens brancos e jovens.
O levantamento feito pelo Agora é baseado em dados fornecidos via Lei de Acesso à Informação e leva em consideração 1.091 crimes de intolerância de janeiro de 2016 a 15 de agosto de 2017.
Todos os boletins de ocorrência que têm como motivação o ódio do agressor recebem uma marcação específica desde 2014. Ainda não há uma discriminação específica para a homofobia.
Os números mostram que oito entre os dez distritos po- liciais com maior incidência de crimes de intolerância estão na região central da capital, que concentra grande quantidade de imigrantes e muitos pontos de diversão e cultura da comunidade LGBT.
Principal palco da Parada Gay, a avenida Paulista lidera o número de delitos com essa característica, com 21 casos no período analisado.
Destaca-se o fato de que apenas 8,8% do total dos casos tenham sido registrados como praticar a discriminação, prevista no artigo 20 da Lei Crime Racial e determina pena de 2 a 5 anos de prisão. Por outro lado, 59% dos crimes foram caracterizados como injúria, que prevê pena bem menor, de três meses a um ano de prisão.
Perfil
O perfil do praticante de crimes de ódio é bem definido. Seis em cada dez são homens e brancos. Com relação à idade, três em cada dez têm de 18 a 30 anos (veja quadro nesta página).
Entre as vítimas, o perfil é do mais variado. Porém, destaca-se o fato de quatro entre cada dez agredidas terem entre 18 e 30 anos.