Agora

Lambança tucana

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Depois do fracasso do governo do PT e do impeachmen­t de Dilma Rousseff, parecia que o PSDB estava com a faca e o queijo na mão.

Afinal de contas, os tucanos eram os principais adversário­s dos petistas havia mais de 20 anos e chegaram perto de ganhar o Palácio do Planalto em 2014.

As eleições municipais do ano passado reforçaram essa impressão. O partido conquistou mais prefeitura­s, incluindo a de São Paulo, que conta com um dos cinco maiores orçamentos do país (semelhante ao do Estado do Rio e só inferior aos do governo fe- deral e dos Estados de São Paulo e Minas Gerais).

Mas quem vê o PSDB hoje fica espantado com a crise da legenda. E o pior é que ela é resultado das lambanças dos próprios tucanos.

Para começar, alguns dos caciques apareceram na Lava Jato, como os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e o governador Geraldo Alckmin (SP). Está certo que nada foi provado até o momento, mas eles não podem mais dizer que só o PT e seus aliados estão enrolados na Justiça.

Pior foi quando o político mineiro, candi- dato à Presidênci­a em 2014, foi pego pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.

Em vez de tomar logo uma providênci­a sobre o assunto, o partido está há meses discutindo se sai do desmoraliz­ado governo Michel Temer (PMDB) ou se continua com seus quatro ministério­s, como quer Aécio Neves.

Com essa embromação, os outros partidos que apoiam o Planalto querem tirar a tucanada de seus cargos. Para aumentar o vexame, é bem capaz de o próprio Temer tomar uma decisão sobre isso antes do PSDB.

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