Bancas de loteria clandestina continuam abertas na capital
Locais de apostas funcionavam no centro, mesmo após reportagem mostrar jogo ilegal
As bancas de loteria esportiva clandestina funcionaram normalmente ontem na região central de São Paulo, após reportagem do Agora mostrar a existência desta nova espécie de jogo ilegal.
Das 12 bancas apontadas da reportagem, 10 estavam funcionando (veja quadro). O Agora ainda encontrou outro local de apostas operando, na rua Helena Zerrener, 40, na Sé. Em todos, os apontadores recebiam apostadores para a fezinha sem serem incomodados pela polícia.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que a Delegacia Seccional Centro) abriu inquérito para apurar a ação dos cambistas da loteria (leia ao lado).
Com jeito simples de apostar, o jogo ilegal virou febre na capital e movimenta muito dinheiro. Adaptadas às novas tecnologias, as apostas podem ser feitas nas bancas e até por WhatsApp. São considerados jogos de futebol nacional ou internacional. Cada banca chega a faturar R$ 20 mil por semana, com R$ 2.000 de comissão (10%).
Nas bancas, há dois modelos de aposta. Um deles ocorre nas tradicionais bancas do jogo do bicho. A outra forma se dá em bancas próprias, que usam aplicativos conectados a sites de aposta. Dois deles (Rede Sports e Esportenet) continuavam no ar na internet ontem.
Pelo WhatsApp, cambistas de confiança recebem os depósitos em dinheiro em suas contas e enviam o comprovante do jogo ao apostador.
A loteria clandestina começou no Norte e Nordeste, onde houve grande disseminação de maquininhas que promovem as apostas. De acordo com o Ministério Público, o jogo clandestino favorece a lavagem de dinheiro, a corrupção de agentes públicos e o crime organizado. Segundo a Promotoria, a loteria foi notada em São Paulo, pela primeira vez, no ano passado..