Ministro deixa o governo e alega falta de apoio
Bruno Araújo, do Ministério da Cidades, pediu demissão a Temer por carta e volta à Câmara
O ministro das Cidades, o tucano Bruno Araújo, pediu demissão na tarde ontem, dando início ao desembarque tucano do governo.
Ele enviou ao presidente Michel Temer sua carta de exoneração antes de cerimônia no Palácio do Planalto.
Na carta, ele agradeceu a confiança de Temer e disse que não há mais na sigla apoio para que o ministro continue no cargo.
Araújo disse que tomou a decisão por entender que “faltou firmeza ao PSDB” para que ele continuasse no cargo, e que sua participação no ministério dependia do respaldo da sigla.
“Não havia mais apoio no PSDB com tamanho suficiente para isso. Tenho uma vida política e partidária. Retorno à Câmara para cumprir outras tarefas”, afirmou. Araújo é deputado federal por Pernambuco e estava no governo desde o início da gestão Temer, em maio de 2016.
Araújo aproveitou a carta de demissão para fazer um elogio ao governo. “Tenho a convicção, sr. presidente, que a serenidade da história vai reconhecer no seu governo resultados profundamente positivos para a sociedade brasileira”, escreveu.
O tucano comunicou Temer de sua saída minutos antes de participar de um evento de sua pasta ao lado do pre- sidente. Em discurso, ele deu duas vezes indicações de que não permaneceria no cargo.
Em um dos escorregões, tentou corrigir o uso de um verbo no passado. “Não tenho a menor dúvida de que nós deixamos...que vamos e que o governo de vossa excelência deixa plantado com a regularização fundiária e com o cartão reforma”, disse.
Num outro momento, fala sobre o período na pasta. “O país responde com velocidade a governança. Eu testemunhei isso nesse período no ministério.”