Ação atinge deputados do RJ
Investigações da Operação Cadeia Velha, nova fase da Operação Lava Jato no Rio, desencadeada ontem pela Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal) e Receita Federal, apontam que, somados pagamentos mensais, o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Jorge Picciani (PMDB), teria recebido cerca de R$ 58,4 milhões em propina de empresas de ônibus.
Ele foi levado coercitivamente para depor ontem.
“Enquanto o Rio definha, a ponto de estar nessa situação de caos social, esses sujeitos se empapuçam com o dinheiro da corrupção”, disse o procurador da República Carlos Alberto Gomes Aguiar.
Ele se referia à atuação de Picciani e dos estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, em suposto acordo de cobrança e pagamento de propina para favo- recer interesses de empresários no Estado, entre os quais representantes do setor de transporte e empreiteiras.
Os três parlamentares, além da mulher de Albertassi, Alice Brizola Albertassi, fo- ram alvo de mandados de condução coercitiva (quando o suspeito é obrigado a depor). Entre os presos na ação está o filho de Jorge Picciani, Felipe Picciani, investigado por lavagem de dinheiro.
Segundo o procurador, os deputados do PMDB recebiam uma “mesada” de diversas fontes para legislarem em favor dos empresários.
A investigação aponta que os parlamentares concederam benefícios fiscais e aprovaram atos de ofício com com o intuito de defender interesses privados.
Albertassi acabou desistindo da indicação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para uma vaga de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Rio..
Respostas
Em nota, Picciani afirmou que acusações contra ele e sua família são falsas. Melo disse estar à disposição da Justiça. Albertassi disse, por meio de nota, que as acusações contra ele serão contestadas por sua defesa. O PMDB do Rio de Janeiro não quis se manifestar.