Agora

Inflação é maior para os mais pobres

- (GY)

Estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que os mais pobres têm sofrido mais com a inflação nos últimos 11 anos. Em análise feita por classes sociais, entre julho de 2006 e setembro deste ano, a inflação para famílias com renda mensal de até R$ 900 foi de 102,2%. Por outro lado, para famílias que ganham mais de R$ 9 mil por mês, o índice acumulado foi de 86,3%.

A diferença se explica porque os itens considerad­os na composição dos índices de inflação têm impacto diferente para cada classe social. Os alimentos, por exemplo, têm peso de 23% para as famílias mais pobres e de apenas 9% para as mais ricas.

“Aluguel, conta de luz, medicament­os e tarifas de transporte público também impactam mais para os mais pobres”, explica José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de estudos e políticas macroeconô­micas do Ipea. “E itens como educação e plano de saúde têm peso maior para os mais ricos.”

Neste ano, porém, a situação tem sido contrária à dos últimos 11 anos. Puxada pela baixa nos preços dos alimentos, que acumulam que- da de 5,06% nos últimos 12 meses —até outubro—, a inflação acumulada é de 2% para os mais pobres, ante 3,5% para os mais ricos.

Para os próximos meses, a previsão é de alta nos preços dos alimentos —o que deve voltar a pesar para as famílias de baixa renda.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil