Agora

Isso é Corinthian­s!

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Sabe aquela receita improvisad­a, em que a falta de ingredient­es leva o cozinheiro a combinaçõe­s improvávei­s, a partir do que tem à mão, e o resultado acaba sendo magnífico? Foi isso o que aconteceu com o campeão paulista e brasileiro.

Fábio Carille chegou a ser preterido por Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira antes da promoção a treinador. Ainda assim, só foi efetivado por falta de opções, após recusas de Rueda e Dorival Júnior.

Inexperien­te, o técnico assumiu um elenco limitado. A principal aposta era um atacante decadente, com fama de baladeiro e beberrão. Convertido à religião evangélica, Jô prometeu renunciar ao álcool e iniciou os treinos ainda em dezembro para jogar na temporada seguinte. Pouca gente botava fé nele e na equipe.

O rótulo de quarta força estadual fazia os rivais, com investimen­tos bem superiores, olharem com desdém. Mas mexeu com os brios de todo o grupo.

Discreto, Carille trabalhou em silêncio. Apesar de jovem e de lhe faltar currículo, conseguiu o respeito do elenco por mostrar conhecimen­to. Não precisou gritar nem chutar prancheta.

Ao pôr ordem na disposição tática do time, criou a melhor defesa do país. A muralha alvinegra segurava lá atrás, enquanto Jô se agigantava a cada dia, jogava por uma bola e decidia na frente.

Aí o menino Arana ganhou asas. O time se ajustou, ampliou o repertório e fez história ao terminar o primeiro turno invicto.

A queda de produção no returno quase fez a massa desandar. Quando as forças pareciam esgotadas, Clayson saiu do banco para injetar energia. Heróis inimagináv­eis, como Giovanni Augusto e Kazim, fizeram gols decisivos. E coube a um goleiro novato segurar a onda no jogo do título. A volta do eterno Danilo, após 472 dias, deu o tempero final. Uma receita impossível de ser repetida. Isso é Corinthian­s!

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