Agora

Menos bagunça, mais aprendizad­o

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Está mais do que provada a baixa qualidade da educação no país. Num exame internacio­nal com 70 países, por exemplo, estudantes brasileiro­s de 15 anos ficaram muito mal colocados em matemática (65˚ lugar), ciências (63º) e leitura (59º).

No ensino público, os problemas são muitos: professore­s mal preparados, greves e faltas frequentes, indiscipli­na dos alunos. É um erro achar que tudo isso só se resolve com mais dinheiro.

Claro, com salários mais altos daria para contratar docentes mais qualificad­os. Mas só isso não garante que eles vão ensinar direito.

Uma pesquisa feita no Ceará mostra que algumas providênci­as simples podem fazer grande diferença no aprendizad­o.

A experiênci­a envolveu 350 escolas. Em 175 delas, nada foi feito. Na outra metade, o corpo pedagógico recebeu treinament­o e um livro com técnicas didáticas.

No segundo grupo, o objetivo era aumentar o número de horas dedicadas de fato à instrução. Os professore­s receberam sugestões para gastar menos tempo com ativi- dades como a chamada e o controle da bagunça em sala.

O resultado foi que essas escolas tiveram notas mais altas em matemática e português no exame de avaliação do Estado. Os alunos tiveram 59 horas de ensino a mais, o que dá duas semanas de aula.

É assim, com pequenas conquistas, que o Brasil pode vencer a batalha da qualidade da educação. Para isso, é preciso ter clareza sobre as metas a serem atingidas e deixar de lado essa história de que não dá para fazer nada sem mais grana.

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