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Principal chefão da máfia siciliana morre na prisão

Salvatore “Toto” Riina cumpria ao todo 26 sentenças de prisão perpétua e estava em coma

- (FSP e agências)

Salvatore “Toto” Riina, mais poderoso chefe da máfia siciliana do século 20, condenado por ordenar dezenas de assassinat­os, morreu ontem após quase um quarto de século na prisão.

Riina, que completou 87 anos na quinta-feira, morreu na ala prisional de um hospital em Parma, cidade ao norte da Itália onde cumpria 26 sentenças de prisão perpétua por homicídios cometidos entre 1969 e 1992.

Suas vítimas incluem dois magistrado­s que lideraram uma campanha para levar figuras da máfia à Justiça.

O mafioso havia entrado em coma após complicaçõ­es durante uma cirurgia recente e sua família recebeu permissão para ficar ao lado dele na quinta-feira, disse o Ministério da Justiça.

Giovanni, o filho mais velho de Riina, cumpre pena de prisão perpétua acusado de quatro assassinat­os.

Riina havia solicitado liberdade em julho, alegando doença grave (câncer), mas o pedido foi rejeitado depois que um tribunal determinou que o atendiment­o médico na prisão era tão adequado quando o que receberia fora do sistema penitenciá­rio. Os médicos afirmaram que ele estava “lúcido”.

“Não me arrependo de nada, nunca me curvarei, mesmo que me condenem a 3.000 anos”, afirmou Riina em uma gravação recente.

A Igreja Católica se negou a celebrar um funeral público para Riina.

“Está descartada a possibilid­ade de um funeral público”, declarou o porta-voz da Conferênci­a Episcopal Italiana, monsenhor Ivan Maffeis.

A decisão foi baseada em uma diretriz do papa Francisco, que excomungou em 2014 todos os membros da “Ndrangheta”, a poderosa máfia calabresa, durante uma visita a esta região do sul da Itália.

 ?? Alessandro Fucari - 8.mar.1993/AFP ?? O mafioso Salvatore ‘Toto’ Riina, durante a sua condenação, em 1993, por homicídios cometidos entre 1969 e 1992; suas vítimas incluem dois magistrado­s
Alessandro Fucari - 8.mar.1993/AFP O mafioso Salvatore ‘Toto’ Riina, durante a sua condenação, em 1993, por homicídios cometidos entre 1969 e 1992; suas vítimas incluem dois magistrado­s

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