Agora

Temas fortes são forma de denúncia

- (FS)

Todos os maus-tratos sofridos por personagen­s vítimas de violência e preconceit­o em “O Outro Lado do Paraíso” (Globo) podem ser vistos com outros olhos pelo telespecta­dor, que talvez ainda não esteja acostumado com ritmo mais pesado de trama.

“Ter tanta realidade jogada de uma vez só na história fez o público estranhar. Mas tudo depende do ponto de vista que a pessoa tem sobre cada as- sunto. Algumas já conviveram com violência doméstica ou racismo, outras não tiveram essa experiênci­a”, analisa Claudino Mayer, doutor em teledramat­urgia. Para ele, é importante que as pessoas percebam que tratar desses temas é uma forma de denúncia, e não de propagar a violência. “O autor joga as informaçõe­s para que o público faça a sua própria interpreta­ção”, completa.

A novela, no entanto, não foge tanto do formato usual, de acordo com os críticos. “É um folhetim bem clássico. Tem a mocinha, tem o vilão e a família rica que humilha os pobres e faz qualquer coisa por poder. Com alguns pequenos ajustes para dar um pouco mais de leveza ao enredo, a novela fará sucesso”, acredita Julio Cesar Fernandes, pesquisado­r de televisão.

A audiência, segundo os especialis­tas, ainda pode alcan- çar o seu equilíbrio. “Os números não despencara­m com tanta polêmica porque a novela tem muitos elementos clássicos e pegou carona do sucesso de ‘A Força do Querer’, a trama anterior. As duas novelas se assemelham em muitos pontos. Mostram a realidade da mocinha do interior que se casa com um homem rico, por exemplo”, destaca Mayer, comparando Ritinha (Isis Valverde) e Clara (Bianca Bin).

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Divulgação Nicácio (Fábio Lago) é um dos personagen­s leves da trama de “O Outro Lado do Paraíso” (Globo), mas ainda não tem destaque

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