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A farsa do perfil

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O processo de escolha do treinador do Palmeiras para 2018 foi um exemplo claro do que é a regra nesse tipo de situação. A definição passa pelo que oferece o (escasso) mercado, não pelo conjunto de caracterís­ticas buscadas em um profission­al.

O nome favorito da diretoria era Mano Menezes, um homem que fala duro com seus atletas e monta suas equipes a partir da defesa. Na sequência, o procurado foi Abel Braga, cujo sucesso é mais ligado ao estilo “paizão”, de ótimo trato com os jogadores, do que a conceitos táticos.

Como nenhum deles deu resposta positiva, os dirigentes se apressaram para fechar com Roger Machado, alternativ­a que nada tem a ver com as anteriores. Bem mais jovem do que Mano e Abel, o contratado tem também ideias de jogo diferentes, que privilegia­m a técnica, o controle da bola e o trabalho ofensivo.

A conclusão óbvia é que o Palmeiras não traçou o tal perfil desejado. Mas dava para ser de outro jeito? Muito bem, vamos desenhar esse perfil.

Do que precisa o time verde? Um treinador experiente, com sucesso prévio na Taça Libertador­es e capacidade para administra­r um vestiário complicado. Um sujeito de costas largas, que possa suportar a gigantesca expectativ­a criada pelo investimen­to da patrocinad­ora. Um estrategis­ta moderno, com ideias atualizada­s, que aproveite o potencial do elenco. Quem é essa pessoa? Na prática, não funciona assim. O clube não deve agir como um departamen­to de RH que busca homens de 25 a 35 anos, destros, que gostem de chocolate e aceitem fazer horas extras. Deve observar as opções disponívei­s e executar a melhor escolha possível. E isso não é garantia de nada.

Com frequência, o plano A é um fracasso retumbante. E um plano D como Fábio Carille pode resultar em triunfo inesperado.

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