Agora

Em favor da adoção

-

O presidente Michel Temer (PMDB) sancionou no final de novembro a lei que altera as regras para a adoção de crianças e adolescent­es.

Em geral, a nova legislação acerta nos objetivos: torna o processo mais rápido e menos burocrátic­o, dá prioridade a grupos de irmãos e menores com problemas de saúde e estende direitos trabalhist­as, como licençamat­ernidade, às mães e pais adotivos.

O período de convivênci­a, quando acontece o contato prévio entre os possíveis adotados e as famílias interessad­as, passa a ter um limite máximo de 90 dias.

Também foi fixado um prazo de 120 dias, que pode ser prorrogado pelo mesmo período, para que se conclua o processo de adoção.

Antes, não havia tempo definido para nada disso. Quem resolvia era o juiz. Com isso, há casos de famílias que passaram mais de quatro anos com a guarda das crianças antes da regulariza­ção definitiva.

É claro que esse processo exige muitos cuidados. Mas quando a coisa se arrasta demais, aparecem problemas psicológic­os e práticos.

Crianças e adolescent­es não podem, por exemplo, receber o nome das famílias, que enfrentam problemas com a inscrição dos adotados em planos de saúde ou com a recusa de escolas em aceitar um sobrenome ainda não oficial.

A principal dúvida em relação à nova lei é se a Justiça brasileira, já sobrecarre­gada e conhecida pela lentidão, vai dar conta de colocar tudo em prática.

Esse é um desafio que precisa ser enfrentado. Existem no país cerca de 41 mil pretendent­es à adoção e 8.000 menores cadastrado­s. Essa fila tem que andar mais depressa.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil