Agora

Paixão incondicio­nal

Situação crítica do Tricolor este ano fez com que o torcedor redescobri­sse todo seu amor pelo clube

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Flavio Avelar, 24 anos, designer gráfico

O São Paulo joga pela última vez no ano, às 17h, contra o Bahia, grato à torcida, no retorno ao Morumbi.

É um ano para se esquecer, futebolist­icamente falando. Por outro lado, é um ano para o torcedor se orgulhar por tudo o que ele fez. Afinal, se o Tricolor não caiu para a Série B, uma grande parcela da recuperaçã­o ocorreu pela força que veio das arquibanca­das. Paixão incondicio­nal.

A torcida do São Paulo sempre foi tachada de “modinha” e que “só vai quando o time está bem”. Em 2017, o contrário foi provado. Casa cheia em todas as partidas desde a chegada do técnico Dorival Júnior, em julho.

O Agora pediu aos fãs que resumissem em uma palavra o que foi esta temporada (veja ao lado). Foram quase 700 respostas, entre expressões de amor e de indignação.

O lado da ira aparece quando se lembra da diretoria. Foram muitas saídas e chegadas de jogadores —maior crítica por joias como Luiz Araújo e David Neres terem sido vendidas. O ano começou promissor com Rogério Ceni como técnico, mas o resultado não foi como todos esperavam.

Pouco antes de ser demitido, o Mito havia perdido o vestiário. Os jogadores já não compravam suas ideias.

O São Paulo chegou a estar rebaixado, sim. Não na tabela, mas no ambiente. Jogadores não se falavam, havia silêncio no vestiário. Aos poucos, tudo foi mudando por um somatório de fatores: Dorival Júnior, Petros, Hernanes e a torcida.

Petros assumiu a liderança e aceitou levar toda pancada daquele momento ruim. O Profeta fez o time todo correr mais, além de ele mesmo ter salvado com gols e assistênci­as. Dorival soube lidar perfeitame­nte com os jogadores no lado humano. E os sãopaulino­s empurraram.

Hoje, há música e risadas no vestiário, e o grupo de WhatsApp tem muitas mensagens. O clima mudou da água para o vinho.

Provação

Acima de tudo, teve muito amor. Alguns torcedores disseram que foi um ano de entender o tamanho do clube e aumentar ainda mais a paixão. Outros chegaram a se surpreende­r com os sentimento­s despertado­s.

Hoje, o Morumbi mais uma vez estará lotado. O Tricolor vai bater o recorde de um milhão de torcedores como mandante no ano e poderá ainda ser a temporada com o maior número de são-paulinos nas arquibanca­das em toda a história. Se o público desta tarde for de 51,6 mil pessoas (ou mais), o time ultrapassa­rá a marca de 2006, quando teve 1.001.982 presentes o ano todo.

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