Hospitais doentes
Há muito tempo a saúde vem sendo apontada pelos brasileiros como o principal problema do país.
Na mais recente pesquisa do Datafolha, o setor foi citado por 25% dos entrevistados, acima do desemprego (19%) e da corrupção (15%).
Não é à toa. A Constituição determina que todos têm direito ao atendimento gratuito por parte do poder público, mas, na prática, os governos não têm grana para pôr isso em prática de maneira satisfatória.
Além disso, administrar hospitais é muito mais complicado do que, por exemplo, pagar aposentadorias e benefícios de assistência social.
Exemplos desses problemas foram encontrados pelo no pronto-atendimento de estabelecimentos municipais de São Paulo.
Na semana passada, foram visitados sete hospitais em quatro regiões da cidade. Apenas dois foram aprovados, mas mesmo assim com ressalvas.
Na maior parte dos casos, havia banheiros sujos, bebedouros que não funcionavam e salas de espera superlotadas e sujas.
As piores situações estavam na zona leste. No Carmen Prudente, havia pombos e até um cachorro próximos aos pacientes. No Tide Setúbal, muita gente tinha de sentar no chão para aguardar atendimento.
Se é assim na capital mais rica, imagine o que acontece no resto do país.
Não existe solução simples para as carências da saúde pública, mas manutenção básica é o mínimo que se espera nos hospitais.
Isso nem mesmo custa muito dinheiro: é uma questão de cuidado com o bem-estar das pessoas.